De uns dias para cá, meu amigo Carlos me indicou (e insistiu para eu assistisse), o filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain e disse: "- Assiste que você tirará muitas lições dele!", "- Assiste, porque esse filme tem muito haver com você!". Pois bem, assisti, rs.
Apesar do filme ser leve e de uma sutilleza interminável, confesso que no começo fiquei pensando, "Mas o que tem de especial nesse filme para que todos estejam querendo que eu o assista...?", e o assisti até o fim.
Mas foi da metade para o fim do filme, que eu comecei a compreendê-lo e a me apaixonar pela personagem Amélie.
Realmente existem muitas lições a serem tiradas do filme e são lições de situações de vivências do nosso dia a dia, e até mesmo da nossa própria postura, dos nossos medos, inseguranças e por que não dizer, de nossas covardias?!
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain nos faz, de forma natural, refletir, pensar, rever o tipo de vida que estamos levando e se é mesmo a "realidade" atual que queremos para nós, enquanto a vida está passando.
Talvez depois de assistir esse filme, você deixe a ficha cair e pense, "O que tenho feito por mim?", "É esse tipo vida que quero mesmo levar?", com certeza ele ampliará sua visão e de certa forma, fará com que você caia na real.
Nossa, quando começo a escrever não paro, rs... Bom, vamos a resenha do filme!
O Filme
Le fabuleux destin d'Amélie Poulain, é um filme francês de 2001, dirigido por Jean-Pierre Jeunet e com roteiro de Guillaume Laurant.
Uma moça, Amélie (Audrey Tautou), doce e ingênua que deixa o subúrbio onde morava com a família para viver sozinha no bairro parisiense de Montmartre, e passa a trabalhar como garçonete para se sustentar. Na nova casa, ao encontrar uma pequena caixa que contém algumas recordações de infância do antigo morador do seu apartamento, ela decide devolver ao dono.
Empolgada e comovida com a felicidade que proporcionou, Amélie se emociona e decide dedicar a sua vida a ajudar pessoas através de pequenos gestos, mas que se tornam grandes ao olhar de quem precisa.
Porém, ao mesmo tempo em que passa a resolver os problemas dos outros, ela tenta tomar coragem para se declarar a um misterioso colecionador de fotografias, Nino (Mathieu Kassovitz), por quem desenvolveu uma paixão platônica.
Talvez por pura timidez e falta de trato nas relações interpessoais, começa a fazer um jogo de pistas para que ele a encontre. Nino então embarca na aventura, que é tentar conhecer a moça que encontrou seu álbum de fotografias perdido.
A transformação de Amélie também é muito bem explorada. Devido a sua infância difícil, a menina tinha tudo para ser uma revoltada com a vida ou uma criatura triste afogada na depressão. Mas, ao invés de gerar ódio ou tristeza, sua trajetória lhe transformou em uma mulher ingênua, de coração puro e que não tem vergonha de sonhar.
A transformação de Amélie também é muito bem explorada. Devido a sua infância difícil, a menina tinha tudo para ser uma revoltada com a vida ou uma criatura triste afogada na depressão. Mas, ao invés de gerar ódio ou tristeza, sua trajetória lhe transformou em uma mulher ingênua, de coração puro e que não tem vergonha de sonhar.
Há muito mais para contar, como um gnomo que viaja o mundo, um álbum de fotos picotadas de um homem suspeito de ser um "morto que não deseja ser esquecido", planos de vingança contra um maldoso vendedor de verduras de modo a fazê-lo pensar que possui distúrbios psiquiátricos, e muito mais. Tudo isso em nome da decisão que Amélie tomou de iniciar singelos, porém significativos altruísmos anônimos.
No decorrer da trama amizades são consolidadas e muitas benfeitorias são realizadas, mas principalmente o ponto alto da história pode ser sentido, o prazer nas pequenas coisas e nas sensações que elas causam.
Amélie é uma personagem sensível que procura esses pequenos prazeres cotidianos e isso é incrível. Para absorver a essência da obra, é preciso observar e, sobretudo compreender o olhar carregado de expressividade de Amélie, no qual gentileza e força se misturam para formar uma apaixonante incógnita.
Premiações
O filme foi premiado em 2002 com Melhor Roteiro Original e Melhor Desenho de Produção no BAFTA, Prêmio da Audiência no Festival Internacional de Edimburgo, Prêmio do Público no festival de cinema de Toronto e Prêmio Adoro Cinema de Melhor Atriz Revelação (Audrey Tautou no papel-título), além das várias indicações: cinco ao Oscar, uma ao Globo de Ouro, sete ao BAFTA, treze ao César e uma ao Grande Prêmio Cinema Brasil.
Fotografia
A fotografia e a direção de arte também merecem destaque. O verde, o vermelho e o amarelo sempre presentes nas cenas, harmonizando e disputando a atenção dos espectadores. Curiosamente, essa escolha de cores foi inspirada no trabalho do artista plástico brasileiro Juarez Machado.
Trilha Sonora
A trilha sonora é composta inteiramente pelo músico francês Yann Tiersen. Suas composições misturam vários instrumentos e combinam perfeitamente com cada momento de Amélie. As encantadoras músicas fazem com que nos emocionemos junto com a personagem.
Por Luiz G